domingo, 6 de maio de 2012

Desde que me lembro, e bem muito antes disso, eras tu que me cortavas a fruta, depois das refeições, e eu nem tinha, nunca tive, o hábito de comer fruta após as refeições, mas em tua casa era como se fosse um ritual,  e eu gostava disso. Até mesmo, quando já tinha idade para o fazer, tu fazias questão de me cortar uma peça de fruta sempre que ia lá a casa, e eu gostava disso. Hoje sou eu que te corto a fruta, já não o consegues fazer sozinha, já não consegues fazer quase nada... Corto-te a fruta, cozo-a e dou-te de comer, parece-me a mim que tu gostas que o faça...Hoje sou eu que te corto a fruta, não vou quebrar esse ritual, logo agora, e continuo a gostar disso...

terça-feira, 1 de maio de 2012

Hoje queria que o mundo parasse...oiço o tic-tac do relógio, a chuva continua a cair e eu já não sinto saudades tuas, não pelo menos como sentia antes, não preciso de pensar em ti como sempre precisei...
Espero numa mesa de café onde já te vi sorrir, espero...mas não por ti....porque hoje queria que o mundo parasse e por momentos queria que o tic-tac ficasse em silêncio...o mesmo silêncio que tive de ti, durante todo o tempo, que pensei que estivesse mos juntos... O mesmo silêncio (que eu achei), que nos mantinha juntos, mas era só eu a pensar, porque nem silêncios nem palavras foram suficientes para que valesse a pena. O mesmo silêncio que me aconchegava, sempre me habituei bem aos silêncios, sempre achei que fosse o estado mais confortável de nos relacionarmos com alguém...mas antes de se estabelecerem silêncios, há palavras que têm de ser trocadas, gestos e carinhos que têm de ser dados, e nós sempre fomos péssimos nestas coisas...
 Numa outra altura, o meu mundo chegou a parar, e eu não pedi para que parasse, ficando assim mais que esclarecido que estas andanças não andam ao sabor do nosso querer, afinal de contas os meus nunca contaram para nada...
Hoje queria que o mundo parasse, se não for pedir muito, queria que o meu mundo parasse, mas que a chuva continuasse a cair, e já que é para pedir, que eu continuasse sem saudades (pelosmenos iguais ás que tinha).