Os anos já tinham
passado, por nós - o suficiente -, para perceber que pertencemos um
ao outro - ou pelo menos era assim que devia ser.
Nunca nos lamentámos
da vida – da nossa. Ensinaste-me a recolher do mundo o melhor e o
pior, ensinaste-me a ver as coisas de outra forma, sem pressas, sem
medos, sem rodeios, sem vergonha - ,sem deixar de ser eu.
Dizias muitas vezes
para que nunca deixasse de ser eu, não querias não me amar, era
apenas isto que me pedias, e esse foi o meu maior desafio, espero ter
sido sempre eu, para ti.
Sempre soubeste o que
querias – principalmente o que não querias - e foi assim que me
ensinaste a gozar a vida, foi assim que me ensinaste a vive-la, foi
assim que me ensinaste a gostar de ti e de mim. É assim que vai ser,
daqui para a frente, mesmo na tua ausência.
Prometeste-me, que ias
ficar comigo, para sempre, e foi o que aconteceu; mas prometeste
muito cedo – cedo demais.
Hoje aprendo novamente
a viver - sem ti -, recomeço com tudo aquilo que me deste, com todas
as memórias que criámos, com toda a nossa felicidade: é difícil viver sem ti, sabias?
Ainda me pertences,
sabes perfeitamente disso; apesar de já não seres meu e eu estar disponível para ser de outro alguém, vamos sempre ser um do outro.